domingo, 20 de julho de 2008




APELOS MUNDIAIS Julho de 2008

Laos: Aprisionado após julgamento injusto

Os cidadãos do Laos de etnia hmong, Thao Moua e Pa Fue Khang estão cumprindo pena de prisão de 12 e 15 anos, respectivamente, por colaborarem com dois jornalistas europeus e seus intérpretes.

Os jornalistas estavam investigando o esconderijo da etnia hmong na floresta do Laos. Os hmong encontram-se normalmente sob ataque dos militares laosianos e são obrigados a viver em movimento, o que os coloca sob risco de fome e doenças. Thao Moua, Pa Fue Khang e Char Yang estavam trabalhando como guias para o grupo quando foram detidos em 4 de junho de 2003.Thao Moua (esquerda) e Pa Fue Khang.

Segundo informações, durante o período de detenção antes do julgamento, os três guias foram obrigados a usar algemas nos pés e foram agredidos com bastões e correntes de bicicleta. Thao Moua e Pa Fue Khang foram levados a julgamento, junto com os jornalistas e o intérprete, na Província de Xieng Khouang, em 30 de junho de 2003. Char Yang fugiu da prisão e foi julgado sem estar presente. O julgamento durou menos que três horas. Thao Moua e Pa Fue Khang não tiveram representante legal e o resultado do julgamento estava aparentemente pré-determinado. Todos os réus receberam extensas penas de prisão; contudo, os jornalistas e o intérprete foram libertados e deportados em 9 de julho de 2003. Thao Moua e Pa Fue Khang foram transferidos para a prisão de Samkhe em Vientiane, onde os prisioneiros hmong correm risco de sofrer tortura e outros maus-tratos e não terem acesso a cuidados médicos. A Amnesty International acredita que o julgamento injusto teve motivação política.

Vietnã: Crítico do governo silenciado

Truong Quoc Huy está cumprindo sentença de seis anos de prisão em virtude de suas crenças políticas. Ele foi detido em um Cyber Café em Ho Chi Minh em 18 de agosto de 2006 por policiais à paisana.

Anteriormente ele já havia sido preso em sua casa, em outubro de 2005, junto com dois irmãos e uma amiga por 50 policiais que os agrediram e chutaram. Eles estavam participando de uma discussão num chat, cujo título era "a voz do povo no Vietnã e no exterior". Truong Quoc Huy, seu irmão Truong Quoc Tuan e sua amiga foram acusados de "executar atividades com o objetivo de destruir a administração do povo" e ficaram presos por nove meses. Durante este tempo, eles foram impedidos de receber representação legal e visita de familiares. Após sua libertação, Truong Quoc Huy disse que continuaria a criticar o governo e expressou seu apoio ao Bloc 8406, uma petição online pedindo mudanças políticas pacíficas e respeito aos direitos humanos. Suas declarações podem ter motivado sua nova prisão em 18 de agosto de 2006.

Truong Quoc Huy foi julgado em 29 de janeiro de 2008 - antes sua família não tinha qualquer informação sobre ele e não sabia onde ele estava detido. Ele foi acusado com base no Artigo 88 do Código Penal por "conduzir propaganda contra a República Socialista do Vietnã" e condenado a seis anos de prisão, seguido de mais três anos de prisão domiciliar. A Amnesty International considera-o um prisioneiro de consciência, detido apenas por exercer seu direito à liberdade de expressão e associação.

México: Ausência de proteção a direitos de réu indígena

Há sete anos cumprindo uma sentença de 22 anos de prisão, o caso de Ricardo Ucán Ceca serve como uma sombria lembrança da discriminação contra as comunidades indígenas no México. Ele foi condenado por assassinato em junho de 2001 em um julgamento injusto no qual teve negado seus direitos básicos.

Em 2000, Ricardo Ucán alegou ter atirado em seu vizinho, Bernardino Chan Ek, em legítima defesa durante uma disputa por um lote de terra. Contudo, ele declarou que entendia e falava muito pouco o espanhol e não sabia ler ou escrever. Apesar disto, seu direito de ter um intérprete presente no julgamento não foi respeitado. Isto restringiu seu entendimento dos procedimentos e limitou sua capacidade de explicar as circunstâncias que cercaram a morte de seu vizinho.

Além disso, o defensor público indicado para o caso de Ricardo Ucán visivelmente não participou do processo, subscreveu os registros de sua declaração ou apoiou as declarações de que ele agiu em legítima defesa. O juiz também cometeu erros ao não levar em conta a ausência da assinatura do defensor público na declaração de Ricardo Ucán, que foi ilegalmente retificada nas cópias subseqüentes.

Apelos feitos posteriormente não foram acolhidos, aparentemente devido à discriminação a que frequentemente são submetidos os réus indígenas, enfrentando julgamentos injustos e sentenças abusivas. Os tribunais de nível superior decidiram que um intérprete é para auxiliar o juiz, não o réu. Além disso, eles dizem que não há provas que a comunidade indígena de Ricardo Ucán tenha uma identidade cultural própria, o que eles consideram como um pré-requisito para serem reconhecidas como indígenas e, portanto, se habilitarem ao direito a um intérprete.

Ainda injustamente aprisionados no Camboja

Born Samnang e Sok Sam Oeun já cumpriram mais de quatro anos de prisão pelo assassinato, em janeiro de 2004, de um proeminente líder sindical, Chea Vichea. Eles sempre afirmaram serem inocentes e grupos de direitos humanos e jornalistas declaram que ambos têm fortes álibis. A Amnesty International acredita que eles foram condenados e aprisionados injustamente.


Havia um amplo consenso quando do assassinato a tiros de Chea Vichea que seu homicídio tinha motivação política. A grande indignação nacional e internacional gerada naquele momento pôs as autoridades sob forte pressão para encontrar os perpetradores do crime. Quando Born Samnang e Sok Sam Oeun foram detidos, o Chefe de Polícia de Phnom Penh declarou publicamente: "Nós encontramos os criminosos que cometeram diretamente o assassinato de Chea Vichea" – solapando, por meio dessa declaração, qualquer pretensão de uma audiência justa.


Logo depois do julgamento em 2005, uma testemunha chave do assassinato, agora refugiado em outro país, apresentou-se atestando que Born Samnang e Sok Sam Oeun não estavam presentes na cena do crime. Poucos dias depois, o Chefe de Polícia que havia feito a declaração acima citada admitiu que quando as detenções foram feitas ele acreditava que os dois homens "não tinha qualquer relação com o assassinato". O irmão da vítima recusou-se a aceitar a compensação financeira ordenada pela corte, afirmando que estes não eram "os assassinos de fato". Os dois homens estão atualmente cumprindo pena de 20 anos de prisão em Phnom Penh.


Fonte: Amnesty International

quarta-feira, 16 de julho de 2008

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Saltos

Sou uma pessoa que procura o inexato, abrir os olhos e vê mais que o teto, estrelas são mais que corpos em constante fusão nuclear. Tentar enxergar mais do que as lentes mostram objetivamente. O sonho, a utopia, a fantasia, o mágico, um realismo mágico! Seria melhor viver assim, mas com tanto chão, como é possível voar? Se concentrar, fechar os olhos e pensar em coisas positivas, aí vem o esperado.

Sempre o esperado que bate na nossa porta, mas que não desejamos receber, nem vê, que se prefere esquecer. Mas se fizermos isso não significa que ele some, então é bom encará-lo de frente para depois mais leve podemos voar. E eu espero ansiosamente o dia em que o meu salto será maior que o impulso que eu posso dar.

O mundo é assim mesmo, parece ser cruel, contar nos dedos as injustiças? Seria injusto, mas uma injustiça para anotar no caderninho. E sair nas ruas e vê a miséria, dar um zoom nos mendigos das rua, enquadrar na melhor posição as crianças no sinal, aumentar o volume para a violência noticiada. Lê o roteiro da guerra em qualquer lugar, fazer a produção da violência contra mulheres e crianças, captar a melhor cor da Amazônia incendiada, os ângulos perfeitos dos acidentes de trânsito. Procurar o melhor plano dos empresários, presidentes e líderes mundiais, tiranos ou não. A expressão fotografada da ignorância, do absurdo, da imprudência, da falta de humanidade e do esquecimento dos direitos humanos.

É o filme da realidade, incontáveis fotografias da vida real. Algo que se tornou banal, mas que nos impede de voar, porque embora sejamos pessoas íntegras, isso não nos protege da sujeira alastrada. Por isso fazemos todos parte dessa fotografia, essa é do maior tamanho possível e cabem todos, sem exceção, desde o recém-nascido do país mais rico do mundo ao velho do lugar mais pobre da terra. É nesse lugar onde meus filhos vão nascer? Sim. Pobrezinhos, não vão poder voar, pelo menos se pairar sobre suas cabeças algo chamado consciência.

sábado, 12 de julho de 2008


Uma música que realmente chamou minha atenção
Esse é O jornalismo, essa é A sociedade...
O jornal do dia anterior serve pra enrolar peixe e nossa consciência e inteligência servem pra enrolar quem e o que?




Notícias Populares
Ana Carolina


Tudo se acaba.
Olha o noticiário!
Água se acaba.
Se acaba a prece do vigário.
E eu quero ser a mendiga suja e descabelada
Dormindo na vertical.
Entender como a vida de alguém
Se acaba antes do final.


Prefiro Lou Reed do Velvet Underground.
Gosto de Silvia Plath, S.Eliot,
Emily Dickinson, Lucinda,
Délia, Manoel de Barros ficam eternos por mim.
Esqueço a crise da Argentina
Quebrando o pau com a menina no sinal
Em castelhano, ê
Eu furo os planos, ê
Eu furo o dedo, mando vê
Examinando, lanho o braço
Aperto o passo. Não sou louca!
É...


Tomei um tiro
No vidro do meu carro
É a pobreza
Tirando o seu sarro
Foi meu dinheiro
Foi meu livro caro
Que façam bom proveito
Da grana que roubaram
Porque eu trabalho
E outro dinheiro eu vou ganhar


Tomei um táxi
O motorista, mexicano,
Veio falando sobre o onze de setembro.
Havia um homem na calçada lendo o "Código Da Vinci"
Ou lia o código da venda?
E na parada havia um peruano
Cheio de badulaques, ô
Vendendo Nike, ô
Vendendo bike, Coca Light, canivete
Aceita cheque pros breguetes.
Notícias do Iraque na Tv da lanchonete.


Notícias populares
Voam pelos ares
E amanhã, meu nêgo, ninguém sabe
Se alguém recua ou se alguém invade
Se alguém tem nome ou se alguém tem fome.
Que façam bom proveito
Do pouco que restar
Se tanta gente vive
Só com o que dá pra aproveitar.


Tudo se acaba.
Olha o noticiário!

Mais um Conto de Amor


Parece até mentira como duas pessoas tão diferentes podem ficar juntas! A gente foge do outro, mas não de nós mesmos, dos nossos pensamentos e desejos, da vontade de sentir tudo de novo, de tropeçar e cair do peso que a gente leva desse tal amor, amor sim, porque amar é simplesmente mais fácil e rápido do que as pessoas imaginam. De ser afogada outra vez nesse sentimento que tanto agrada e que nos faz ser inconscientes. De vê-lo materializado num beijo, de sentir sua energia só do outro se aproximar e mesmo que ele esteja longe a gente continuar sentido, aquele aperto, aquela ansiedade de encontrar, de se ligar, é a lei da atração é a força que nasce chamada sensibilidade. É fingir querer dançar, quando na verdade o que importa é fazer do corpo do outro ninho, pôr a cabeça no peito dele e constatar a vida, ouvindo seu coração e sentindo seu corpo quente, quase fervendo de tanta vontade. É fazer de qualquer ato que poderia ser encarado como lascivo, o mais belo e puro possível, é entregar seu corpo e alma a alguém que você acha que pode cuidar melhor deles que você. Sentir e guardar na lembrança cada toque, cada beijo, cada palavra, cada olhar, o mais simples, o mais óbvio, mas que se torna o mais perfeito, o único e que jamais vai sair da sua mente. É tornar-se a pessoa mais feliz do mundo e deitar na rede e refazer tudo de novo depois de um dia, de uma semana, de um mês, de um ano. E pensar que nada é por acaso e que seria até covardia tentar fugir de tanta coisa boa assim.


De volta às luzes
depois de dias e dias de chuva...
foi só o tempo, o clima sempre continuou o mesmo.
Tropical!